domingo, 10 de novembro de 2013

A LUA EM SUA RARA BELEZA

O fascínio da Lua...

Nada é mais lindo do que uma noite de Lua Cheia... É pura magia, é irresistível... nos convida a sonhar, andar de mãos dadas na beira da praia, no campo ou na praça, com alguém que a gente ama...

Conhecida como a Lua dos apaixonados, a Lua Cheia é um espetáculo que todos adoram e não se cansam de apreciar. Linda, fascinante e misteriosamente envolvente. Quando é possível estar a beira mar, na areia, seu encanto é ainda maior. Não é preciso ser supersticioso pra render-se aos encantos de uma bela Lua Cheia.
Dizem que a Lua Cheia simboliza a plenitude, quando tudo aquilo em que apostamos atinge o seu nível máximo de potencialidade. Dizem também que o nosso inconsciente aflora com muito mais facilidade, que ficamos mais receptíveis, mais sensíveis às vibrações que nos envolvem. Dizem também que essa fase da Lua nos concede um certo poder, desde que o invoquemos e o saibamos reconhecer.
Desde a antiguidade que muitas coisas têm sido difundidas sobre a Lua. Muitas delas são mitos, outras porém, tenham tenham alguma coisa de verdade. Vamos analisar algumas:
  • Associada à fertilidade, diz-se que em noites de Lua Cheia registra-se um maior número de nascimentos. No entanto, os estudos e pesquisas têm sido contraditórios. Uns confirmam, outros nem por isso.
  • No campo, essa fase da Lua determina o momento de colher ou de podar.
  • Comportamento humano: tanto pode afetar o homem de maneira positiva ou negativa, dependendo da sua própria natureza. Até mesmo os loucos são chamados de lunáticos mas será mera coincidência? será que a Lua realmente afeta essas pessoas quando se encontra nesta fase? Que relação pode existir, afinal? difícil responder, mas que está "provado" que isso se verifica, está.
Também animais como gatos, cães e lobos podem ficar mais agitados nessa fase, e quem não conhece a lenda dos lobisomens que se transformam em noites de Lua Cheia? (há quem acredite que eles existem.)
A ciência tem buscado respostas para essa pergunta ao longo dos anos, e não tem sido fácil encontrar uma resposta cientifica para essas perguntas. 
Que a Lua afeta as marés todo mundo sabe, em seguida vem o Sol, com uma participação menor, mas a força gravitacional que o sol exerce sobre a terra é 175 vezes maior que a da Lua, e apesar disso a Lua ainda é a maior responsável pelas marés da Terra.
Nesse assunto, a ciência tem uma boa explicação: é nesse período que os astros Sol e Lua se alinham com a Terra. Isso explica o fenômeno da subida da água dos oceanos em todo o planeta.
Pode-se dizer do efeito de maré aqui na Terra como sendo a tendência de os oceanos acompanharem o movimento orbital da Lua, sendo que esse efeito causa um atrito com o fundo dos oceanos, atrasando o movimento de rotação da Terra em cerca de 0,002 segundos por século, e, como consequência, a Lua se afasta de nosso planeta em média 3 cm por ano.Tudo está ligado à força gravitacional que age sobre a Terra. Principalmente nas Luas Nova e Cheia. 
Outras curiosidades
O brilho da Lua, também conhecido como luar, não diminui para metade quando ela está em quarto. O seu brilho é apenas 1/10 do que ela tem quando está Cheia! Isso deve-se ao relevo da Lua: quando ela está em quarto as partes mais elevadas projetam sombras nas partes menos elevadas e reduzem a quantidade de luz solar refletida na direção da Terra.
Os antigos pensavam que a Lua fosse uma divindade que tinha uma vida independente daquela do Sol e que tinha, portanto, um poder próprio. Por ser associada à noite, domínio dos sonhos, dos terrores e também do amor, lhe eram atribuídos alguns poderes sobre os aspectos ocultos da vida. Ela apresentava ainda mais um caráter misterioso: aparecia e desaparecia a cada dia em tamanho e forma diferente e isto estimulava a imaginação. 
Sua sexualidade nos parece instintivamente feminina, mas em alguns países, como na Alemanha, a Lua é masculina: Der Mond. De fato, a humanidade não conseguiu uma unanimidade sobre a sexualidade da Lua. Na Síria, a Lua era masculina, mas a deusa romana da Lua, Diana que correspondia à deusa grega Selene, era feminina.
Os Árabes pré-islâmicos, os hindus, os Maias tinham um Deus masculino para reger o poder da Lua. Os chineses e os indonésios a consideram feminina!
Sua fases
Lua Nova 
a face iluminada não pode ser vista da Terra. A Lua está na mesma direção do Sol, e portanto está no céu durante o dia. A Lua nasce 6h e se põe 18h.
Lua Quarto-Crescente
metade do disco iluminado pode ser visto da Terra. Vista do hemisfério sul da Terra, a forma da Lua lembra a letra C (vista do hemisfério norte lembra a letra D).
Lua e Sol, vistos da Terra, estão separados de 90°. a Lua está a leste do Sol, que portanto ilumina seu lado oeste a Lua nasce meio-dia e se põe meia-noite
Lua Cheia
todo a face iluminada da Lua está voltada para a Terra. A Lua está no céu durante toda a noite, com a forma de um disco.
Lua e Sol, vistos da Terra, estão em direções opostas, separados de 180°, ou 12h. a Lua nasce 18h e se põe 6h do dia seguinte.
Lua Quarto-Minguante
metade do disco iluminado pode ser visto da Terra, como em Quarto-Crescente. Vista do hemisfério sul da Terra, a forma da Lua lembra a letra D (vista do hemisfério norte lembra a letra C).
Mas na verdade não estamos a fim de saber as explicações científicas das influências da Lua e sim reverencia-la por toda a sua beleza, fascínio e mistério, a Lua Cheia é puro encanto, e mesmo sem querer, ela faz fluir o lado místico de cada um... todos acabam por ver algo divino, a mão de um Ser Superior que planejou ou mesmo sem querer criou um lindo universo com extrema beleza em toda a Sua Obra. Inclusive na Lua ... Lua Cheia de Amor.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

DINHEIRO - VISÃO RELIGIOSA SEGUNDO PAPA FRANCISCO

Apego ao dinheiro destrói as pessoas’, diz papa Francisco

Cidade do Vaticano – O papa Francisco criticou nesta segunda-feira (21), durante a missa na Igreja de Santa Marta, o apego ao dinheiro e suas ações negativas. “O apego ao dinheiro destrói as pessoas, as famílias a sociedade. O dinheiro pode servir para fazer coisas boas, e a pobreza não deve ser procurada enquanto tal, mas como instrumento para colher a medida da existência e ir ao encontro do Senhor”, afirmou Francisco, acrescentando que o apego ao dinheiro acaba com a fraternidade humana e adoece as pessoas.
“Quantas famílias já vimos destruídas por problemas de dinheiro: irmão  contra irmã; pai contra filho. O dinheiro destrói! Faz isso, não? Te ataca. O dinheiro serve para levar adiante muitas coisas boas, muitos trabalhos para desenvolver a humanidade, mas quando o teu coração é atacado assim, te destrói”, destacou o Pontífice.
Como ensina a parábola do homem rico, aquilo que destrói é a “cobiça, ter mais, ter mais, ter mais… Te leva à idolatria, destrói as relações com os outros! Não o dinheiro, mas a atitude, que se chama cobiça. Também esta cobiça te adoece, porque te faz pensar que tudo é em função do dinheiro. Te destrói, te adoece. E no final a cobiça é instrumento da idolatria, porque vai pelo caminho contrario ao que Deus percorreu com nós”, disse o Papa. (Ansa Brasil)

MAB - NOTICIA NACIONAL PRÉ- SAL

Pré-sal brasileiro é ouro em pó, diz ex-presidente do BNDES

“Se o preço do barril de petróleo extraído continuar sendo o do padrão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP, de cem dólares, no campo de Libra teremos algo em torno de quatro trilhões de reais em vinte anos de produção”, estima o economista Carlos Lessa.
Screenshot_1O governo federal brasileiro optou por leiloar o campo de Libra, a maior reserva petrolífera brasileira, por duas razões: “uma delas é geopolítica, ou seja, o país quer aparecer ao capital financeiro mundial como bem comportado. Para quê? Para atrair mais capital de curto prazo para o Brasil. A segunda razão é manter a política do tripé que foi instalada pelos tucanos e preservada pelos governos Lula e Dilma”, avalia o economista Carlos Lessa em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone. Lessa questiona o argumento da presidência da Petrobras, de que a empresa não tem capital financeiro para explorar o campo de Libra. “A Petrobras foi sendo espremida pelo governo nos últimos anos. O caixa da empresa era próximo a 70 bilhões de reais; hoje está reduzido a seis ou sete bilhões. (…) Mais do que isso: o Tesouro Nacional não queria construir o trem bala? Quer construir essa obra e não tem recurso para tocar para frente um campo de petróleo, que irá dobrar as reservas brasileiras? Nenhum país do mundo faz partilha de um campo já conhecido”.
Não consigo entender como isso está acontecendo se a presidente Dilma disse, em discurso quando candidata à presidência da República, que não iria privatizar o pré-sal (Carlos Lessa)
E dispara: “O argumento da Graça (Graça Silva Foster) é sem graça. É uma desgraça. Não consigo entender como isso está acontecendo se a presidente Dilma disse, em discurso quando candidata à presidência da República, que não iria privatizar o pré-sal”.
De acordo com o economista, a venda financiada de automóveis financia o consumo da gasolina no país, porque a Petrobras tem prejuízo com a venda nacional. Apesar disso, enfatiza, o governo não irá alterar o valor do produto. “Se mexer nisso perde a eleição, porque todas as famílias se endividaram comprando automóvel, e se o preço da gasolina pular para cima, Dilma não se reelege. Então, o governo tem de estabilizar a economia de qualquer jeito, mesmo que tenham que entregar a herança, ou seja, o pré-sal”.
Carlos Lessa é formado em Ciências Econômicas pela antiga Universidade do Brasil e doutor em Ciências Humanas pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Campinas (Unicamp). Em 2002, foi reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e, em 2003, assumiu a presidência do BNDES.
Carlos Lessa (Foto:Aepet)
Carlos Lessa
IHU On-Line – Economicamente, o que as reservas do pré-sal representam para o Brasil, especialmente o campo de Libra? Qual é o valor econômico desses poços?
Carlos Lessa – Se o preço do barril de petróleo extraído continuar sendo o do padrão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP, de cem dólares, no campo de Libra teremos algo em torno de quatro trilhões de reais em vinte anos de produção. Além disso, o campo de Libra equivale a 60% das reservas que têm as quatro maiores petroleiras do mundo, em torno de 25 milhões de barris cada uma delas. Espera-se que o campo de Libra venha a gerar em torno de 14 a 15 milhões de barris de petróleo.
A Petrobras, no Brasil todo, não chega a ter 14 milhões de barris. Então, só o campo de Libra dobra as reservas da empresa. Portanto, retirar a Petrobras desse processo de exploração do campo de Libra é um crime que lesa a pátria, porque este é um recurso absolutamente estratégico, o qual converte o Atlântico Sul, do ponto de vista geopolítico, em uma zona muito delicada, por uma razão muito simples: os EUA consomem, por ano, 27 a 28% da produção de petróleo do mundo inteiro, porque a produção petrolífera do país é insignificante. Hoje os EUA são um país sem petróleo, mas o maior consumidor do produto. Portanto, o petróleo do Atlântico Sul é a saída para eles. Mas imagina o Brasil entregando a sua riqueza estratégica maior de uma forma servil? O petróleo que tem no pré-sal é o melhor tipo de óleo do mundo, enquanto o petróleo da Venezuela, que é muito abundante, é pesado. Então, o pré-sal brasileiro é ouro em pó.
Quais são as razões que fizeram o governo optar pelo Leilão de Libra?
As razões são falta de brasilidade e coragem. Agora, as razões formais levantadas são outras. A primeira delas é que os 15 bilhões a serem recebidos dos grupos que participarão da concessão do leilão representam mais que o dobro das reservas de caixa da Petrobras. A empresa foi descapitalizada ao longo dos últimos oito anos por conta de uma política suicida de vender a gasolina dentro do país a um preço menor do que o preço que o país importa. A Petrobras só se mantém lucrativa porque descobre poços e reavalia reservas, porque a gasolina dá prejuízo.
A Petrobras não pode entrar como concorrente na exploração do campo de Libra, porque quem descobriu o campo foi a própria empresa. Esse campo já havia sido cedido a uma concessionária estrangeira, que o devolveu porque não encontrou nada. A Petrobras tem uma vantagem enorme em relação a todos os outros concorrentes: ela tem a melhor sinergia possível do Atlântico, tem uma equipe de geólogos altíssima e, por isso mesmo, é alvo de espionagem sistemática. Essa onda de espionagem denunciada recentemente tinha duas questões prioritárias: fiscalizar a Petrobras e também as relações do Brasil com a Bolívia e a Venezuela.
É óbvio que o Brasil tem como financiar a exploração de Libra, e não precisa colocar o campo a funcionar imediatamente. O país precisa aumentar a produção de petróleo, mas não precisa aumentar muito. O fato é que é um crime a Petrobras descobrir o campo de Libra e ter de partilhar a exploração. Soube que o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o Brasil tem de fazer partilha, porque 1% das ações da Petrobras está em mãos de empresas estrangeiras, já que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso as vendeu na Bolsa de Nova York. Só que o contra-argumento é o seguinte: ao entregar Libra, o Brasil está entregando 100% do petróleo na mão dos estrangeiros. O argumento do ministro Lobão é maluco. Aí se diz que o Brasil reservou poderes para fiscalizar a exploração através da Petrosal. Mas quem será o presidente da Petrosal? Como o Brasil perde o seu futuro econômico sem sequer haver uma consulta à população?
Mas o argumento da presidência da Petrobras é de que a empresa não tem condições financeiras de explorar o campo de Libra. Qual é a situação financeira da Petrobras?
Não é verdade. O capital da Petrobras foi sendo espremido pelo governo nos últimos anos. O caixa da empresa era próximo a 70 bilhões de reais; hoje está reduzido a seis ou sete bilhões. Mas, apesar disso, o Brasil tem reservas colossais, como o Banco Central, de 300 milhões de dólares. Mais do que isso: o Tesouro Nacional não queria construir o trem bala? Quer construir essa obra e não tem recurso para tocar para frente um campo de petróleo que irá dobrar as reservas brasileiras?
Nenhum país do mundo faz partilha de um campo já conhecido. O país poderia fazer uma concessão caso quisesse ser um país petroleiro, mas eu pessoalmente quero dizer que não há pior destino nacional do que ser exportador de petróleo. Basta olhar pelo mundo o que acontece com esses países: são sociedades atrasadas, com desequilíbrios sociais brutais, gastam boa parte do que ganham com armamento, enfrentam guerras religiosas e são objeto de intervenção de outros Estados, como Iraque, Líbia.
Então, o que o Brasil deve fazer com essas reservas?
O Brasil tem que controlar seus recursos estratégicos, independente de qualquer coisa, e não basta ter controle apenas em cima de uma Petrosal. O argumento da Graça (Graça Silva Foster) é sem graça. É uma desgraça. Não consigo entender como isso está acontecendo se a presidente Dilma disse, em discurso quando candidata à presidência da República, que não iria privatizar o pré-sal.
Economicamente, a postura do governo é uma besteira. Nenhum país exportador de petróleo conseguiu se dar bem na história mundial, com exceção da Noruega. O Brasil deve explorar essas reservas no ritmo em que a Petrobras consiga explorar, ou seja, capitalizar a empresa para isso. Como capitalizar? Há várias maneiras. Deixa eu ser Ministro da Fazenda por um mês para ver como se capitaliza a Petrobras. Como ela está com uma imensa reserva de petróleo, devem ter muitos grupos financeiros dispostos a se associarem a ela.
E a empresa deve buscar alguma parceria financeira?
Não seria necessário, pelo seguinte: a Petrobras não pode se comprometer a investir 50 milhões de dólares a mais, considerando os programas que ela já está executando. Mas se ela começar a encontrar petróleo – e ainda vai encontrar mais petróleo rapidamente, e Libra deve estar produzindo muito em dois, três anos -, seu valor será multiplicado. E a Petrobras não precisa voltar todo o campo de produção imediata, ela precisa ter um ritmo de extração que corresponda à necessidade brasileira de desenvolvimento. Ou seja, gerar emprego para todos os brasileiros, melhorar as condições habitacionais, melhorar o sistema educacional, que está uma porcaria, fazer a cobertura médica. A realização de todos os nossos sonhos depende de o nosso país crescer 5, 6, 7% ao ano. Com a Petrobras, a economia do petróleo e um pouco de competência, o Brasil cresce sem dificuldade nenhuma.
Voltando às razões que fizeram o governo optar pelo leilão de Libra, concorda que motivos econômicos por conta das contas externas foram determinantes para a decisão?
Este governo opta pelo leilão por duas razões: uma delas é geopolítica, ou seja, o país quer aparecer ao capital financeiro mundial como bem comportado. Para quê? Para atrair mais capital de curto prazo para o Brasil. A segunda razão é manter a política do tripé que foi instalada pelos tucanos e preservada pelos governos Lula e Dilma.
Eu e muitos amigos iremos para a frente do hotel onde será realizado o leilão. Todos estaremos de terno preto e ficaremos lá, de pé, assistindo. Irei lá porque os meus netos foram às manifestações de junho reivindicar um país melhor. Me sinto mal, como idoso, em vender as empresas do Brasil, porque meus netos serão prejudicados.
Qual a situação das contas externas do país? Alguns críticos ao Leilão de Libra dizem que o Leilão servirá para melhorar as contas externas. Como avalia esse apontamento?
Não os levo a sério, porque eles querem que o país cresça menos, faça menos obras públicas e que se paguem mais juros para as aplicações financeiras. Na verdade, a única coisa que está salvando o governo Dilma são alguns projetos importantes que ela encaminhou, mas os empurrou com músculos moles, lentamente.
Hoje, a venda financiada de automóvel subsidia o consumo da gasolina. Sabe que a Petrobras está importando o litro da gasolina a R$ 1,72 e está vendendo a R$ 1,42? Então você acha que o governo vai mexer nisso? Claro que não! Se mexer nisso perde a eleição, porque todas as famílias se endividaram comprando automóvel, e se o preço da gasolina pular para cima, Dilma não se reelege. Então, o governo tem de estabilizar a economia de qualquer jeito, mesmo que tenham que entregar a herança, ou seja, o pré-sal.
Há alguns anos havia um entusiasmo em relação aos rumos da economia brasileira por conta do crescimento de 7% do PIB. Hoje, fala-se em declínio. O senhor concorda com essa análise? Quais as razões?
Quem tinha essa expectativa? Eu nunca tive! Eu sempre chamei o crescimento brasileiro, nos últimos anos, de “voo de galinha”. Nós desperdiçamos a grande chance das matérias-primas de alimentos terem subido muito de preço no início dos anos 2000. Nós tivemos uma bonança externa espetacular, mas ao invés de elevar a taxa de investimento da economia, desperdiçamos isso de mil e uma formas. Mas agora a sociedade está mudando.
Olha, não quero ser profeta de apocalipse, não quero ver as coisas piores do que são; quero apenas dizer o seguinte: o Brasil tinha que estar colocando as barbas de molho em relação à crise mundial. Ela está aí, e não se apresentou toda. Eu estive na Grécia há dez dias e, andando do hotel até o museu, em quatro quarteirões na principal avenida da Atenas moderna, todas as lojas estavam fechadas e quebradas. Havia só uma loja aberta, na qual entrei. Quem me atendeu foi um senhor idoso, dono do estabelecimento. Elogiei a loja e ele informou que não tinha compradores. Também vi em Roma pessoas de terno dormindo na rua. A Europa está em uma situação muito ruim. Para você ter noção, eu vi em Atenas uma reunião de um partido nazista na rua. Eram 40, 50 pessoas reunidas, propondo a violência como solução: violência não se sabe contra quem, nem a favor de quem.
E o Brasil está simplesmente se movendo como se a globalização estivesse indo bem e pudesse dar sustentabilidade ao país. Vou dizer uma coisa: o que mais me escandalizou nessa viagem que fiz é a extensão com que se usa a expressão BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. Não existe isso, o que existe são quatro países imensos, com problemas muito diferentes e sem nenhuma possibilidade de atuar juntos. Aliás, eu sempre disse isso nos últimos meses, e hoje mesmo os jornais estão dizendo que o Brasil está brigando com a China porque a China está apoiando os Estados Unidos em uma proposta internacional em relação aos serviços. O Brasil e a China são contrários, corretamente. Mas a China é parceira dos Estados Unidos; o que existe no mundo é um G2. Sabe por que o Brasil gosta da ideia de BRIC? Para dizer “olha como sou grande, como sou forte, como sou emergente”. É emergente, mas o PIB brasileiro cai sem parar. O país está desindustrializando.
E a razão desse declínio da economia é a desindustrialização?
Esse declínio está relacionado ao fato de o Brasil não ter nenhum projeto nacional, porque adotou a proposta do Consenso de Washington, no período do Collor de Melo, o qual foi mantido pelos tucanos e petistas. Na verdade, o Brasil não tem projeto nenhum, a não ser de se integrar à globalização. Aliás, a sensibilidade financeira brasileira ao que acontece fora do mundo é assustadora.
Ontem, as bolsas de valores do mundo subiram, porque teve uma conversa inicial boa entre os republicanos e os democratas. Sabe qual a bolsa que mais subiu? A Bovespa. É a que mais baixa também quando tem qualquer coisa fora. Sabe por quê? Porque o Brasil está inteiramente aberto ao jogo financeiro internacional, e agora vai abrir mão da soberania nacional entregando a maior riqueza do país, ou seja, o monopólio estatal do petróleo que foi mantido pela Constituição de 1988 e foi modificado por uma emenda constitucional, a qual nunca foi submetida a plebiscito popular. (IUH Online)

CULTURA E GESTÃO

Como a Cultura Educacional Interfere nas Ações do Gestor.



O tradicionalismo ainda é muito presente no sistema educacional brasileiro, as mudanças existem, mas tudo é muito novo. E quando se referimos ao papel do diretor escolar vemos que este concentra todas as decisões e responsabilidades, como sendo um indivíduo controlador e avaliador do ambiente escolar.
Está aberto ao diferente é muito difícil quando vivenciamos um modelo padrão tradicional, que influenciou intrinsicamente a cultura educacional. Quem está a frente de uma instituição de ensino acaba por manter o modelo já existente devido a cultura tradicional predominante, as decisões são tomadas por quem detém o poder, de cima para baixo, numa relação vertical. Libânio (2004) deixa evidente que o diretor tem a função de articular a participação de todos os segmentos da escola, necessita ter uma visão de unidade e uma atuação que assegure a escola nos seus aspectos pedagógicos, culturais, administrativos e financeiros.
O sucesso da escola depende de um trabalho coletivo, participativo e democrático, valorizam-se as relações horizontais. O gestor não ficará isento de suas responsabilidades, apenas as decisões são tomadas em conjunto, nem tão pouco sobrecarregado de trabalho, por não mais delegar poder e dar ordens.
Fica claro que a gestão democrática é um processo gradativo, que vai sendo construído, pois exige mudança de atitudes e valores irrigados em nós. Como também de conhecimento tanto administrativo quanto pedagógicos, ou seja de uma formação na área.

LIBÂNIO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. 5ª ed.
Goiânia: editora Alternativa,2004.

MENINA


PAINEL PINTADO

PAINEL NO MURO DA ESCOLA



MURO VIRA PAINEL









Belo Ramo

As aulas de artes na Escola Estadual Nossa Senhora do Belo Ramo, em Belo Horizonte, não se limitam à sala de aula. Os alunos aproveitam a disciplina para deixar mais bonito o próprio espaço da escola. Com o projeto “Dos Muros Sai Vida”, a professora Vilma Oliveira Coelho ensina técnicas de artes aos estudantes e ainda aproveita para revitalizar os muros da Belo Ramo. Com técnicas de pintura e modelagem em concreto, a professora e os estudantes já coloriram os muros com vários desenhos e fizeram desse espaço um verdadeiro cartão de visitas. “Estamos desenhando girassóis, cujas pétalas são todas em alto-relevo, e colocando um pouco de cor nos muros da escola”, explica Vilma.
Participam da revitalização do muro apenas estudantes do projeto Escola de Tempo Integral, que aproveitam a atividade no contraturno para mudar a cara da escola. São estudantes do 6º ao 9º ano, que fazem ao menos uma visita ao muro por semana e já colheram diversos elogios de funcionários e moradores da região. “A escola ganhou cor, ganhou vida e a pintura está causando um impacto enorme. A população toda se manifestando. Quase todos os dias eu recebo elogios dos vizinhos da escola, das pessoas que passam e até dos demais colegas”, conta Vilma. A professora contou também com a ajuda de pintores voluntários, que se prontificaram a fazer a pintura de partes mais altas do muro.
Dentro da escola a revitalização influenciou outros profissionais. Segundo Vilma Coelho, professores e funcionários de outras áreas já estão de olho em formas de melhorar seus ambientes de trabalho. “O trabalho mudou mesmo a energia das pessoas, todo mundo se mostrou mais interessado em melhorar a escola. O professor de Educação Física aproveitou que a gente estava mexendo com o muro e cuidou da tela da quadra. A bibliotecária também já me propôs um projeto para melhorar o espaço”, conta Vilma, que também estuda um projeto de horta e um projeto de paisagismo para a escola. “Os estudantes também estão gostando muito. Ficaram muito animados com a oportunidade de enfeitar a escola”, completa.
Projeto possível
O projeto “Dos Muros Sai Vida” foi idealizado pela professora Vilma, mas sua realização foi possível por meio de recursos liberados pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). A professora apresentou a proposta à equipe do projeto Escola Viva, Comunidade Ativa, que aprovou e liberou cerca de R$ 15 mil para viabilizar a revitalização dos muros. “Se o projeto tiver uma boa justificativa, for bem elaborado e estiver bem elaborado a gente consegue a aprovação. A SEE sempre tem esse interesse em apoiar projetos que auxiliem a educação”, aconselha a professora.
O trabalho no muro segue até o final de outubro e deve terminar somente no início do mês seguinte. A direção da escola já está planejando uma festa de inauguração para comemorar o término do trabalho. A professora vai manter um portfólio com as fotos de todas as etapas da revitalização para servir de arquivo e orientação nas futuras intervenções no espaço da escola.
Endereço da escola
Escola Estadual Nossa Senhora do Belo Ramo