Tom Jobim.
Cantor, compositor, maestro, pianista, arranjador e violonistaEsse era Tom Jobim
Nascido em 25 de janeiro de 1927, Antônio Carlos Brasileiro de
Almeida Jobim, o famoso Tom Jobim, foi um dos criadores do movimento da
bossa nova. Praticamente uma unanimidade entre críticos e público em
termos de qualidade e sofisticação musical.
A ausência do pai, Jorge de Oliveira Jobim, durante a infância e
adolescência impôs a Tom um contido ressentimento que resultou numa
profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico, transferido
peculiarmente para as construções harmônicas e melódicas. Aprendeu a
tocar violão e piano com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter,
introdutor da técnica dodecafônica no Brasil.
No início dos anos 50, Tom tocava em bares e boates em Copacabana,
como no Beco das Garrafas. Até que em 1952 foi contratado como
arranjador pela gravadora Continental, onde trabalhou com Sávio
Silveira. Além dos arranjos, também tinha a função de transcrever para a
pauta as melodias de compositores que não dominavam a escrita musical.
Nesta mesma, surgiram as primeiras composições, a primeira gravação foi
de “Incerteza” em parceria com Newton Mendonça, na voz de Mauricy Moura.
Em seguida foi para a gravadora Odeon, porém não conseguia se dedicar
à composição, que lhe interessava mais. Nesse época Tom compões alguns
sambas, em parceria de Billy Blanco: Tereza da Praia (primeiro sucesso),
gravada por Lúcio Alves e Dick Farney pela Continental (1954), Solidão e
a Sinfonia do Rio de Janeiro. E assim foram surgindo outras parcerias,
com por exemplo, com a cantora e compositora Dolores Duran, na canção Se
é por Falta de Adeus.
A parceria com Vinícius de Moraes começou em 1956 quando musicou a
peça Orfeu da Conceição. Desde então Vinícius tornou-se um de seus
parceiros mais constantes. Dessa peça fez bastante sucesso a canção
antológica Se Todos Fossem Iguais a Você, gravada diversas vezes. Tom
Jobim fez parte do núcleo embrionário da bossa nova. Foi um dos
destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York em
1962. No ano seguinte compôs, com Vinícius, um dos maiores sucessos e
possivelmente a canção brasileira mais executada no exterior: “Garota de
Ipanema”. O maestro produziu tantos clássicos: “Samba do Avião”, “Só
Danço Samba” (com Vinícius), “Ela é Carioca” (com Vinícius), “O Morro
Não Tem Vez”, “Inútil Paisagem” (com Aloysio), “Vivo Sonhando”.
Aprofundando seus estudos musicais, adquirindo influências de
compositores eruditos, principalmente Villa-Lobos e Debussy, Tom Jobim
prosseguiu gravando e compondo músicas vocais e instrumentais de rara
inspiração, juntando harmonias do jazz (Stone Flower) e elementos
tipicamente brasileiros, fruto de suas pesquisas sobre a cultura
brasileira. É o caso de “Matita Perê” e “Urubu”, lançados na década de
1970, que marcam a aliança entre sua sofisticação harmônica e sua
qualidade de letrista. São desses dois discos Águas de Março, Ana Luiza,
Lígia, Correnteza, O Boto, Ângela. Também nessa época grava discos com
outros artistas, como Elis e Tom, com Elis Regina, Miúcha e Tom Jobim e
Edu e Tom, com Edu Lobo.
Em 1987, lançou Passarim, obra de um compositor já consagrado, que
pode desenvolver seu trabalho sem qualquer receio, acompanhado por uma
banda grande, a Banda Nova. Além da faixa-título, são também destaques:
Gabriela, Luiza, Chansong, Borzeguim e Anos Dourados (com Chico
Buarque). Em 1991, Antônio Carlos Jobim se tornou era doutor honoris
causa pela Universidade Nova de Lisboa / Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas.
Em 1992 foi enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Seu último álbum, Antônio Brasileiro, foi lançado em 1994, pouco antes
da sua morte. Tom faleceu em dezembro de 1994, de parada cardíaca quando
estava se recuperando de um câncer de bexiga no Hospital Mount Sinai,
em Nova Iorque.
Tags: Bossa nova, cantor, compositor, Tom Jobim
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