Ensino de ciências
pode utilizar diferentes alternativas metodológicas
Teatro, vídeo, histórias infantis, maquetes, músicas, e saídas de
campo são algumas das alternativas metodológicas que podem ser
utilizadas para ensinar ciências. “Acredito que não exista uma melhor
que a outra. Elas dependem de cada realidade escolar, do espaço e tempo
que o professor dispõe”, diz a professora Rosemar Vestena, formada em
ciências biológicas, com mestrado em educação.
Para ela, as
histórias infantis são uma excelente mola propulsora para apoiar o
professor nas atividades propostas para o ensino e aprendizagem das
ciências naturais. “Tanto aquelas mais específicas, como Mamãe Botou um
Ovo, de Babette Cole (Editora Ática), para trabalhar as questões do
corpo humano e da sexualidade, como os contos de fada, que se passam em
um determinado ambiente em que se pode trabalhar a paisagem, o clima, as
espécies animais e vegetais”, explica. Além disso, salienta, as
historinhas apresentam problemas e dificuldades capazes de despertar a
curiosidade, o interesse, entusiasmo, o espírito crítico, investigativo e
criativo dos estudantes sobre os fenômenos da natureza. “Paralelamente,
não deixamos de lado a possibilidade de despertar nos escolares o gosto
pela leitura, a escrita e ampliar o vocabulário”, acrescenta.
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A partir do livro Mamãe Botou um Ovo, os alunos aprenderam diversos conteúdos
Segundo
Rosemar, que é professora de ciências no ensino fundamental e de
biologia no ensino médio da Escola Estadual de Educação Básica
Tiradentes, em Nova Palma (RS), desde 1995, e dá aulas de metodologia do
ensino de ciências: conteúdo e metas, no curso de pedagogia do Centro
Universitário Franciscano, em Santa Maria (RS), desde 2001, existem
histórias interessantes como as obras do biólogo Samuel Murgel Branco,
mais direcionadas ao ensino das ciências naturais: Saci e a reciclagem
do lixo, Iara Mãe dágua, Florinha e a Fotossíntese (Editora Moderna).
Ela
diz que as histórias infantis podem ser usadas tanto como um elemento
desencadeador das discussões em torno do tema proposto, como para
apresentar novas informações ou servir de elo entre o que foi aprendido,
o que está sendo aprendido e o que ainda precisa ser desvendado. “É o
professor que se utiliza desta alternativa didática na hora que julgar
pertinente para melhor qualificar suas aulas e o aprendizado dos
estudantes”, ressalta.
Teatro - Outro elemento
utilizado por Rosemar é o teatro, que acredita ser capaz não só de
despertar e apresentar talentos como melhorar as relações interpessoais,
o senso estético, ético, crítico, espaço temporal e tantas outras
habilidades. Ela destaca que os textos podem ser adaptações de histórias
infantis, roteiros de teatro já prontos ou criados pela equipe de
trabalho. Tanto na universidade como na escola, ela prefere utilizar
textos criados pela própria equipe. “É sempre mais instigante ter nas
mãos o desafio de criar, além de oferecer aos estudantes o direito à
autoria e as responsabilidades inerentes a uma obra quando se coloca à
apreciação da platéia”, salienta.
Em 2009, quando lecionou para
alunos do primeiro ano do ensino fundamental, Rosemar participou do
projeto Eu sou o Cara, em que as atividades focavam especialmente as
relações interpessoais. Ela trabalhou junto com a professora regente da
classe e a professora de português. “Escolhemos a historinha contada no
livro Um amor de confusão, de Dulce Rangel (Editora Moderna), por
abordar a questão do afeto e da solidariedade (que era o foco do
projeto), bem como a possibilidade de articular as diferentes áreas do
conhecimento.”
O projeto, com duração de dois meses, teve a
participação de 25 alunos. Após ouvirem a história, as crianças passaram
a desenvolver diversas atividades lúdicas: foi feita a montagem de um
ninho com diferentes ovos de aves e a construção de um painel com a
personagem principal do conto, utilizando penas de aves coletadas pelas
crianças e seus familiares. Além disso, os alunos tiveram oportunidade
de estudar o modo de vida e as características dos animais da história,
trabalhar problemas matemáticos, letras, sons, sílabas e palavras, bem
como construir frases e pequenos parágrafos sobre a temática da
história.
(Fátima Schenini)
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