O QUE FAZER ME SALA DE AULA QUANDO SE IDENTIFICA UM CASO DE BULLYING ?
O papel do professor é fundamental. Ele pode identificar os atores do
bullying: autores, espectadores e alvos. Claro que existem as
brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. Mas é necessário
distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é
tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da
vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado
assim?", orienta o pediatra Lauro Monteiro Filho.
Ao surgir uma
situação em sala, a intervenção deve ser imediata. "Se algo ocorre e o
professor se omite ou até mesmo dá uma risadinha por causa de uma piada
ou de um comentário, vai pelo caminho errado. Ele deve ser o primeiro a
mostrar respeito e dar o exemplo", diz Aramis Lopes Neto, presidente do
Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da
Sociedade Brasileira de Pediatria.
Veja os conselhos dos
especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro
“Bullying Escolar” (132 págs., Ed. Artmed, tel; 0800 703 3444):
-
Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças
por meio de conversas, campanhas de incentivo à paz e à tolerância,
trabalhos didáticos, como atividades de cooperação e interpretação de
diferentes papéis em um conflito.
- Desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos.
- Quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente a direção da escola.
QUAL O PAPEL DO PROFESSOR EM CONFLITOS FORA DA SALA DE AULA ?
É papel da escola construir uma comunidade na qual todas as relações
são respeitosas. O professor é um exemplo fundamental de pessoa que não
resolve conflitos com a violência. Não adianta, porém, pensar que o
bullying só é problema dos educadores quando ocorre do portão para
dentro.
''Deve-se conscientizar os pais e os alunos sobre os efeitos das
agressões fora do ambiente escolar, como na internet, por exemplo'',
explica Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação ''As relações
interpessoais na escola e a construção da autonomia moral'', da
Universidade de Franca (Unifran). ''A intervenção da escola também
precisa chegar ao espectador, o agente que aplaude a ação do autor é
fundamental para a ocorrência da agressão'', complementa a especialista.
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